Lição
Voice, exit, and labor. A global perspective, 17th-early 20th centuries
Alessandro Stanziani
EHESS/CNRS
7 de março de 2019, 17h00
Sala 1, CES | Alta

Resumo

Os fugitivos e os desertores estão habitualmente relacionados com duas categorias de pessoas: os conscritos ou os escravos Maroon. Adotaremos uma posição diferente, argumentando que a história dos fugitivos – desde meados do século dezassete até ao final do século dezanove na Europa e incluindo boa parte do século vinte noutras partes do mundo – é uma história global no sentido em que englobou a maior parte dos trabalhadores – escravos, servos, imigrantes escriturados, trabalhadores forçados e aprendizes, bem como os reclusos, marinheiros e soldados. Os fugitivos não exprimem apenas uma resistência perante a opressão, a coerção e exclusão, ou até perante o mundo industrial; exprimem também algo mais profundo, algo estrutural e perturbador: a relação, nas atividades laborais, entre a ordem económica, a inclusão/exclusão política e a estabilidade social. A persistência dos fugitivos entre os séculos XVII e os inícios do século XX, pelo menos, revela as tensões das sociedades em transformação neste período e, do mesmo modo, a modernização, a expansão imperial, as revoluções e a industrialização.


Nota biográfica

Alessandro Stanziani - Professor de História Global na Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais (EHESS) e diretor de investigação do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), sendo o atual diretor do Instituto de Estudos Globais, Universidade PSL, Paris.  Realizou o seu primeiro Doutoramento em Economia, pela Universidade de Nápoles, em 1991, e em seguida um Doutoramento em História, pela EHESS, em 1995. A habilitação teve lugar na Universidade de Lille em 2003. Os seus principais interesses e áreas são: História Global; História Laboral; História Russa, Séculos XVI-XX; Oceano Índico, trabalho, séculos XVIII – XIX; História Económica, Comercial e Laboral, Europa (França, Grã-Bretanha), século XVIII e inícios do século XX; História da Alimentação, séculos XVIII – XX.

As suas principais obras individuais incluem:  L'économie en révolution. Le cas russe,1870-1930, Albin Michel, L'évolution de l'humanité, 1998; Histoire de la qualité alimentaire, 18e-20e siècles, Paris, Seuil, 2005; Rules of exchange. French capitalism in comparative perspective, 18th-20th centuries, Cambridge, Cambridge University Press, 2012 (Paperback 2014); Bâtisseurs d’Empires, Russie, Chine, Inde, Paris, Liber, 2012; Bondage, Labor and rights in Eurasia, 17th-20th centuries, New York, Berghahn, 2014 (Paperback 2015); After Oriental Despotism. Warfare, Labour and Growth in Eurasia, 17th-20th centuries, London, Bloomsbury, 2014 (Paperback 2014); Seamen, immigrants and convicts in the Indian Ocean, 18th-early 20th centuries, New York and London, Palgrave, 2014. Labor in the fringes of Empire. Voice, exit and the law, Palgrave, 2018.

É ainda editor e coeditor de 8 livros e 150 capítulos e artigos revistos por pares em Anais, Estudos Comparativos da Sociedade e História, Kritika, Estudos Eslavos, Estudos Asiáticos Modernos, História Comercial, História Laboral, Journal of Global History, International Review of Social History.

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